Jogadores de xadrez
Após "arrumar a casa", algo que outros não fizeram a tempo, os Azevedo passam ao ataque no tabuleiro que pendia cada vez mais, por exaustão, para o lado espanhol após longo tempo de impasse.
É raro uma OPA estratégicamente montada não dar o efeito pretendido. O BPA e a Mannesman, só para citar dois casos, são exemplos disso, sejam os entraves causados pelo estado ou por accionistas.
Parecendo simplista aqui estão alguns argumentos para o sucesso da operação, seja qual for o objectivo pretendido.
O Estado português, "atordoado" com o inevitável fim da golden share e após a decisão do governo espanhol de acabar com as mesmas, terá ficado até agradecido, já para não falar no acréscimo de competitividade que trará a divisão do cobre e cabo.
A Telefónica, com a indisgestão provocada pela compra da O2, não aguentará um forte prato português e até preferirá, apesar de "liderar o processo", uma feijoada brasileira.
O BES estará mais preocupado com o seu core business, tendo em conta as alterações na regulamentação económico-financeira, que lhe "impedirão" de contra atacar. Por outro lado não quererá perder oportunidades de negócio com um grupo económico tão forte.
A administração, ao tentar "salvar a pele" agarrando-se à "vontade" dos actuais accionistas mais preocupados com o seu umbigo que com definição estratégica da PT, como se tem visto, tenderá em último recurso a vender as "joias da coroa".
Aqui está o ponto fulcral. A Sonae, perdendo a batalha desta OPA, já conseguiu algo: ninguém porá agora em dúvida que o cabo será separado do cobre a curto prazo.
Jogar xadrez não é o mesmo que jogar futebol, por muitas estrelas que se tenha. Afinal, o Real Madrid também leva 6...
2 Comments:
A SONAE perdeu a batalha da OPA??
Bem visto, David. Há ainda o dinheirinho que se quer guardar para EDP's e GALP's.
A SONAE arrisca-se a ganhar mesmo a luta...
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