Onda Rosa na América Latina
Num artigo do jornal «Público» deste fim-de-semana intitulado «A América Latina vira à esquerda, mas sem negar o capitalismo», é chamada a atenção para o facto de uma onda rosa ter invadido o continente sul-americano.
«Os últimos anos viram a ascensão de governos de esquerda na Venezuela, com Hugo Chávez Frías (1998), no Chile, com o socialista Ricardo Lagos (2000), no Equador, com Lucio Gutiérrez (2003), no Brasil, com Luiz Inácio Lula da Silva (2003), na Argentina, com Nestor Kirchner (2003), no Panamá, com Martín Torrijos (2004). Na Bolívia, Carlos Mesa é considerado pelos especialistas um líder progressista, tal como, no Paraguai, Nicanor Duarte. Na Nicarágua, o antigo Presidente sandinista tem condições para ganhar as eleições de 2006 e regressar ao lugar. No Daniel OrtegaMéxico, o favorito para o escrutínio também do próximo ano é o presidente, de esquerda, da câmara da capital, López Labrador.
A destoar da vaga de fundo "rosa" - a esmagadora maioria são socialistas - está só o colombiano Alvaro Uribe, o maior aliado dos Estados Unidos ali.»
«O aparecimento de uma série de governos de esquerda na região é, no entanto, menos o resultado de propostas inovadoras do que do descontentamento com os maus resultados do modelo liberal, afirmam alguns analistas, incluindo o chileno Patrício Navia, professor na Universidade de Nova Iorque. Os partidos tradicionais mostraram ser capazes apenas de aplicar as leis do mercado, não de gerir as suas consequências; privatizaram sectores essenciais, privatizaram a saúde, a educação, as pensões...
As suas preocupações, o seu programa, são sociais. Às vezes incendiários. Mas não estão contra a economia de mercado nem pensam romper com o Fundo Monetário Internacional. Criticam a política externa dos Estados Unidos. Mas nenhum alinhou em qualquer cruzada antiamericana, por exemplo por causa da guerra do Iraque.»
2 Comments:
É "interessante" ver a reforma da esquerda na América Latina e, consequentemente a sua ascensão ao poder, apenas como desilusão face à politica de direita. A visão social da sociedade, sendo esta por via da solidariedade e não da caridade é, por si só, lá mais que na Europa, uma proposta extremamente inovadora e que inverte toda a forma de agir em política.
Tal como no mercado, a concorrência gera, normalmente, melhores propostas e soluções de parte a parte.
O problema será a desilusão "precoce" dado que os problemas existentes não serão resolvidos em pouco tempo.
É "interessante" ver a reforma da esquerda na América Latina e, consequentemente a sua ascensão ao poder, apenas como desilusão face à politica de direita. A visão social da sociedade, sendo esta por via da solidariedade e não da caridade é, por si só, lá mais que na Europa, uma proposta extremamente inovadora e que inverte toda a forma de agir em política.
Tal como no mercado, a concorrência gera, normalmente, melhores propostas e soluções de parte a parte.
O problema será a desilusão "precoce" dado que os problemas existentes não serão resolvidos em pouco tempo.
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